Nos dias 4 e 5 de setembro, o superintendente da Santa Casa da Bahia, Eduardo Queiroz, participou do MV Experience Fórum, em São Paulo, evento que acontece há mais de 10 anos, bianualmente, reunindo profissionais da saúde, gestores e especialistas em tecnologia e inovação para compartilhar conhecimentos sobre as melhores práticas de transformação na saúde digital.
Na ocasião, Eduardo Queiroz foi palestrante em um painel intitulado “Santas Casas de Misericórdia: como o pioneirismo e a tecnologia estão mudando o futuro dessas instituições”. Participaram também deste painel, como palestrantes, o diretor-presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp), Edson Rogatti; e o diretor financeiro e Gestão Corporativa da Santa Casa de Belo Horizonte, Gilberto Côrtes. A conversa foi mediada pelo presidente da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB), Mirócles Véras.
A mesa redonda discutiu o papel das Santas Casas de Misericórdia na saúde do Brasil, abrangendo a história da filantropia no país, a evolução da gestão nestas instituições, novas tecnologias adotadas, desafios, processos, inovações, estratégias e resultados.
Eduardo Queiroz trouxe um panorama sobre a transformação digital que a Santa Casa da Bahia vem passando ao longo dos anos. “Há 30 anos, a Santa Casa da Bahia iniciou a profissionalização da gestão e a tecnologia veio associada a isso. Na época, implantamos o prontuário eletrônico e passamos a utilizar sistemas que a própria instituição desenvolvia. Com o tempo, começamos a trabalhar no refinamento do uso de tecnologia da informação. Tivemos um movimento grande através do projeto de Reforço à Reorganização do SUS (REFORSUS), que que trouxe recursos para modernização gerencial das entidades filantrópicas”, lembrou.
Segundo ele, em 2016, foi implementado um sistema ERP (Enterprise Resource Planning), que é o sistema MV. “A partir daí, adequamos nossa estrutura de servidores, iniciamos o gerenciamento de segurança cibernética, adquirimos novos equipamentos e fizemos um portal de inteligência com informações gerenciais”, contou.
Para Eduardo Queiroz, a pandemia teve um papel relevante no impulsionamento da saúde digital e, de lá para cá, novas práticas foram inseridas, passando pelo atendimento via chatbot até o uso da inteligência artificial voltada para o consumo de insumos e medicamentos.
“Já iniciamos diversas soluções para melhorar eficiência operacional. Na área de call center, por exemplo, utilizamos ferramentas que facilitam a integração com o cliente. Muito em breve o sistema reconhecerá o comportamento de pacientes agendados que poderão faltar. Esse reconhecimento prévio permitirá a otimização de filas, trazendo novos pacientes para compensar esse no-show”, exemplificou. “Muita coisa já vem evoluindo e estas evoluções já estão no nosso radar. A inteligência artificial utilizada na assistência, por exemplo, permite atender melhor o paciente e auxilia na antecipação da tomada de decisão médica, prevenindo riscos e antecipando a alta. Na operação, também gera economia e redução do tempo”, ressaltou.
Eduardo Queiroz destacou ainda sobre a importância da tecnologia na redução do uso de papel, trazendo benefícios para o meio ambiente. “O Hospital Santa Izabel foi considerado um “hospital paperless”, em 2018, na área assistencial. Ainda estamos nesse processo de transformação digital também na parte administrativa. É um longo processo, mas estamos acompanhando essa nova estrada virtual”, pontuou.
